» » » » As Consequências do Aborto


Gessé de Oliveira Ávila
(Psicólogo - Membro da IPDA)                         
    Muitas mulheres são surpreendidas durante a vida por um aborto. Os motivos podem ser vários, sérios, racionais. O fato, porém, é que a maior parte delas acabam se sentido culpadas para sempre. O instinto materno nasce com a grande maioria das mulheres. Por mais que acreditem ter motivos racionais para cometerem um aborto, como a continuidade do sucesso profissional ou o medo de perder o apoio familiar, essa decisão pode trazer consequências negativas em termos emocionais e comportamentais. Uma vez que o aborto costuma deixar marcas muito mais na alma do que no corpo. A racionalidade dos motivos não anula a força da tristeza e, principalmente, da culpa. Esta- a culpa- é a principal consequência do aborto, ao lado do medo de, em uma gravidez futura, não ter um filho normal. Não é comum que a mulher que fez aborto tenha problemas sexuais por causa disto.
     Existem casos de mulheres que cometeram o aborto e se martiriza pelo arrependimento do ato anos mais tarde. É claro que o arrependimento pode acontecer com uma ou outra mulher, mas não é o mais comum. O que acontece mais frequentemente é o lamento. A mulher lamenta ter tido que fazer tal coisa, sente-se culpada e triste quando toca no assunto, mas muitas entendem que não poderiam ter feito diferente "na ocasião". O arrependimento é um sentimento pouco prático. Ele não resolve nada, serve somente para se torturar.
    Se o aborto é por motivo de doença do feto, alivia um pouco a culpa. Mas só um pouco. A culpa e a tristeza continuam lá porque o aborto não implica apenas em coisas racionais. Sentimentos muito primitivos estão em jogo.
    E, no caso de aborto por doença, entra em cena a escolha, coisa que não é menos angustiante. Vale ressaltar que dar à luz em outro momento da vida não pode "curar" a dor do arrependimento pelo aborto cometido, entretanto às vezes é o contrário. A nova gravidez só reaviva o sentimento em relação ao aborto. A mulher pode pensar: agora seriam dois e não um. Esta é uma característica da vida afetiva humana. Os objetos amorosos não são substituíveis. O aborto é tão contrário à ordem natural das coisas, que, automaticamente, induz uma sensação de culpa.
    Quando uma mulher aceita submeter-se a um aborto, ela concorda em assistir à execução de seu próprio filho. Esta amarga realidade que ela tem que encarar, é exatamente o oposto do que a família e a sociedade esperam da mulher: que seja paciente, amorosa e maternal. Isso também vai contra a realidade biológica da mulher, que é preparada especialmente para gerar e cuidar de seu filho ainda não nascido. Assumir o papel de “matadora”, particularmente de seu próprio filho, sobre o qual ela própria reconhece a responsabilidade de proteger, é extremamente doloroso e difícil. Os terapeutas têm observado pavores irracionais e depressões ligadas às experiências abortivas, conjunto de sintomas a que chamam “síndrome pós-aborto” (SPA).
    A terapeuta americana, Dra. Terry Selby, defende que o aborto é, antes de tudo, um procedimento físico, mas que produz um choque no sistema nervoso e provoca um impacto na personalidade da mulher. Além deste problema psicológico, cada mulher que se submeteu a um aborto terá de encarar a morte de seu filho, que não nasceu, como uma realidade social, emocional, intelectual e espiritual. Quanto maior a negação, a rejeição, maior será a dificuldade para a mulher de enfrentar a realidade da experiência abortiva, mais graves serão as reações, e mais doloroso será o tratamento. Nenhuma criatura é tão amada nesta terra como o bebê por parte de sua mãe; e nenhuma criatura depende tanto da outra, como um bebê depende da mãe.
    É a relação humana mais intensa que a humanidade conhece. A mãe está pronta até a dar a vida por ele. Aliás, até com os animais ocorre assim. Se formos brincar com os pintainhos de uma galinha, ela certamente vai defendê-los, avançando contra nós. Nem a cobra mata os seus filhotes… É lógico, portanto, que o aborto é uma grande violência para mãe, e também para o bebê. O instinto materno é um dos mais fortes na mulher; por isso, ela jamais calará a voz da sua consciência diante da prática do aborto. Ela sabe que matou o próprio filho e sabe que Deus também sabe. Muitas mulheres que abortaram deram o testemunho de que só encontraram a paz depois que se converteram e receberam o perdão de Deus.
    Medo, ansiedade, dor e culpa são apenas alguns dos sentimentos que muitas mulheres que já se submeteram à violenta prática do aborto referem ter com frequência. Em muitos casos torna-se necessário recorrer a tratamento psicológico e psiquiátrico para fazer face a estes sentimentos. E esta realidade está documentada em inúmeros artigos científicos. Um estudo retrospectivo com 5 anos de duração realizado em duas províncias canadianas expôs uma utilização de serviços médicos e psiquiátricos significativamente mais elevados por parte de mulheres que já tinham sido sujeitas ao aborto. Ainda mais significativo foi o fato de 25% das mulheres sujeitas ao aborto frequentarem consultas de psiquiatria, comparadas com 3% das mulheres do grupo de controle.
    Os investigadores que estudam as reações pós-aborto nas mulheres referem apenas um sentimento positivo: alívio. Este sentimento é compreensível uma vez que uma grande percentagem de mulheres referem estar sob grande pressão para realizar o aborto. Este sentimento momentâneo de alívio é frequentemente seguido por um período que os psiquiatras designam de “paralisia” ou “dormência” pós-aborto. Um estudo realizado em 1980 em pacientes submetidas a aborto mostrou que, durante a primeira semana após o aborto, entre 40 a 60% das mulheres questionadas referiram reações negativas. Dentro de um prazo de 8 semanas após o aborto, 55% expressou culpa, 44% queixaram-se de distúrbios nervosas, 36% de distúrbios no sono, 31% tinha remorsos em relação à decisão de abortar e 11% tinha sido prescrita com medicamentos psicotrópicos pelo médico de família.
   Com especial risco de vir a sofrer problemas do foro psiquiátrico estão as adolescentes, mulheres separadas ou divorciadas, e mulheres com um histórico de mais de um aborto. Como muitas mulheres acabam por utilizar a repressão como meio de lidar com o que sentem, à procura de ajuda psiquiátrica pode ocorrer muito depois de o aborto ter sido realizado. Estes sentimentos reprimidos, no entanto, podem induzir doenças psicossomáticas, psicológicas ou psiquiátricas noutras áreas da sua vida.
   Uma sondagem realizada a 260 mulheres, muitas das quais procuravam informação sobre aconselhamento pós-aborto e que já se tinham submetido a pelo menos um aborto enquanto adolescentes, mostrou que de uma forma geral estas mencionaram ter:
   “Flashbacks” relativos ao momento do aborto, crises de histeria, sentimento de culpa, medo do castigo de Deus, receio pelas suas próprias crianças,  agravamento de sentimentos negativos no aniversário da data do aborto ou quando exposta a propaganda a favor da liberdade de escolha (do aborto), interesse excessivo em mulheres grávidas e em bebês, visões ou sonhos com a criança abortada e consciência de terem falado com a criança abortada antes do aborto.
Mulheres que tinham um histórico de mais de um aborto induzido referiram com mais frequência:
   Um período de forte alívio após o aborto, uma história de abuso sexual enquanto criança, ódio aos homens que as engravidaram, ter terminado o relacionamento com o seu parceiro após o aborto, dificuldade em manter e desenvolver relacionamentos pessoais, ter adotado um comportamento promíscuo, ter-se tornado autodestrutiva, começar ou aumentar a utilização de drogas depois do aborto, sentimentos de ansiedade, medo de Deus, medo de outra gravidez, medo de ter de recorrer a outro aborto, efeitos emocionais tão severos impeditivos de qualquer atividade em casa, no trabalho ou de qualquer relacionamento pessoal e ter experimentado um esgotamento nervoso algum tempo após o aborto induzido.
Diante disso, é necessário conciliar aconselhamento pastoral ao acompanhamento terapêutico, se necessário psiquiátrico, para melhores resultados. Sabe-se dos numerosos motivos que poderiam ter influído sobre a decisão e não há de se duvidar que em muitos casos se tratou de uma decisão difícil, talvez traumática. Provavelmente a ferida no espírito de quem cometeu ainda pode não está sarada. O que não pode ocorrer é cair no desânimo, nem perder a esperança: Agora, pois, SENHOR, que espero eu? A minha esperança está em ti”; Salmos 39.7. O que se deve fazer é não mais fazê-lo e pedir o perdão e a misericórdia do Senhor Deus, o dono da vida, com humildade e confiança ao arrependimento: o Pai de toda a misericórdia espera para oferecer o seu perdão e a sua paz em cada coração de quem buscá-Lo: “Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão, Daniel 9.9. Que Deus abençoe a todos!
         Créditos: Aborto na Aldeia, M. D. Mateus, Alfredo Simonetti Psiquiatra e Psicólogo e Dra. Terry Selby
1. Report of the Committee on the Operation of the Abortion Law (1977). Ottawa: Supply and Services, pp.313-321.
2. Ashton, J.R. (1980). The Psychosocial Outcome of Induced-Abortion. British Journal of Obstetrics and Gynaecology 87(12):1115-1122.
3. Reardon, D. (1994). Psychological Reactions Reported After Abortion. The Post-Abortion Review 2(3):4-8.

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2 comentários:

Ale disse...

Muito bom pastor! gostei..........

Silvana Sousa disse...

DEUS ABENÇÕE PELO ESTUDO!!!