» » Projeto IPDA Familia: Vivência e moradia de pessoas crentes com ateus e pessoas de outras religiões


Alexandre Nobre(Líder Revista IDE - Grêmio CBDA)
                        
    Vários livros tem sido escritos a cada ano com o propósito de esquadrinhar ou melhorar o comportamento do homem. A Psicologia e a Sociologia, principalmente, constroem suas teses sobre o comportamento humano e a sua transformação ao longo do tempo na sociedade. 
    Porém, é dentro da família, considerada o menor grupo social, que essas transformações têm seu maior impacto; pois ali influenciamos e somos influenciados pela nossa cultura. Então, qual deve ser o comportamento do cristão, quando dentro de seu lar habitam pessoas que se comportam baseadas em outros princípios, sejam eles sociais, religiosos ou filosóficos; mas que conflitam diretamente com o comportamento ensinado nas Escrituras?
    É exatamente aí que muitos cristãos acabam sendo levados por comportamentos que, a princípio até parecem justos e bons, mas o fim deles contradizem a Palavra de Deus em todos os seus aspectos. Por essa razão, o cristão deve manejar bem a Palavra da verdade (II Tm 2:15), para que em todo o tempo seja encontrado aprovado entre os seus, não tendo do que se envergonhar. Vamos apresentar alguns aspectos que, se colocados em prática, resultará em glorificação a Deus através do bom testemunho em Cristo Jesus.
“Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel” (I Tm 5:8).
    Dentro da perspectiva cristã, a família foi o início de toda a expansão do homem sobre a terra. O próprio Deus abençoou a Adão e Eva ordenando-lhes para que se multiplicassem sobre a terra, constituindo assim, a primeira família (Gn 1:28). Por isso, nós, cristãos, devemos atentar para a nossa família de forma particular e especial; orando em todo o tempo por ela, tendo cuidado para com todos para que, através de nosso testemunho e oração, glorifiquem a Deus pelas boas obras que em nós observarem (I Pe 2:11).
    O conselho de Paulo a Timóteo em sua primeira carta torna-se para nós uma séria advertência! Não podemos de forma alguma negligenciar os cuidados para com os nossos, pois se assim o fizermos seremos, como disse, pior que os infiéis (I Tm 5:8). Então, como proceder em conformidade com a Palavra de Deus em um ambiente não cristão, a fim de que vejam em nós a luz de Cristo? Vejamos o que diz a Palavra:
“Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros” (Tt 3:3).
    Algumas vezes podemos nos sentir tentados a julgar ou condenar atos que contrariam a Palavra de Deus. Uma das formas em que podemos ser mal sucedidos em nosso trabalho cristão é quando tentamos convencer alguém a mudar suas atitudes pelas nossas palavras. Isso infere, muitas vezes, em julgamento e soberba, quando mostramos que estamos em melhor posição; sendo assim, capazes de julgar ou até mesmo condenar tais atitudes de nossos familiares. Que não seja assim entre nós. Necessitamos sempre lembrar que nós mesmos, antes de sermos alcançados pela graça de Nosso Senhor Jesus, vivíamos entregues à desobediência (Tt 3:3) e que somente após sermos tocados pelas mãos do Senhor, alcançamos a novidade de vida; portanto, sejamos pacientes, fazendo orações por todos para que também venham à novidade de vida revelada em Cristo.
“Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos” (Rm 15:1).
    Nossa fortaleza é Cristo. Ele é sempre o lugar onde nos escondemos, onde encontramos descanso e segurança. Porém, essa fortaleza não pode gerar em nós sentimentos altivos, que podem impedir um relacionamento maduro e firme com os nossos. Se a fé em Cristo nos torna fortes, suportemos aqueles que ainda não foram a ela chamados. Nessa comunhão com nossa família, procuremos agradar ao nosso próximo, como escreveu Paulo aos romanos, e lembremos que também Cristo não agradou a si mesmo, mas deu-se por amor de muitos (Rm 15:2-3). Que a força de Cristo em nós nos torne aptos para abrir mão das nossas próprias vontades e dedicar o tempo que pudermos aos momentos de comunhão com nossa família, ajudando-os em tudo para que o nome de Deus seja glorificado.
“Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2 Co 4:2).
    É óbvio que podem ocorrer ocasiões em que os momentos de comunhão com a família podem ser afetados. Se, de alguma forma, o comportamento ou ajuntamento de nossos familiares for trazer escândalo, ou ainda, se por esse ajuntamento houver risco de contrariar a Palavra de Deus; nesse caso, devemos ser prudentes e, com a sabedoria do alto, nos separar, rejeitando tais coisas, para que a verdade da Palavra se manifeste em nós. Se em momentos como este, pela nossa posição houver falatórios e insinuações sobre nosso comportamento, sejamos novamente sábios e mansos, pois a nós não convém contender (II Tm 2:24); mas com firmeza de fé negar o pecado, considerando que aqueles que ainda não servem a Deus acham estranho nossa posição; pois deixamos o desenfreamento de dissoluções (I Pe 4:4) e preferimos a Cristo acima de tudo e de todos.
Comportamento
    A prudência deve ser a marca registrada de todo cristão. É agindo sob ela que procuramos obedecer a Deus e em tudo agradá-lO. As Escrituras podem nos ensinar sobre como deve ser o comportamento do cristão em meio à sua família. Vamos observar cada um dos conselhos de Deus para nós em relação:
Ao esposo cristão numa família não cristã: A recomendação bíblica que permeia todo relacionamento, seja entre cristãos ou não, é para que sempre, e em todo o tempo, seja praticado o amor. Ao esposo, diz as Escrituras, que ame sua esposa e a ela dê honra, agindo com entendimento para que suas orações não sejam impedidas (Ef 5:28; Cl 3:19; I Pe 3:6);
À esposa cristã numa família não cristã: Um tema muito debatido em relação às esposas refere-se à recomendação bíblica para que estas sejam sujeitas aos seus maridos; isso porque a palavra "sujeição" em nossos dias confunde-se com "submissão". Isso é, claro, uma confusão! O que Paulo e Pedro escreveram em suas cartas aponta na submissão uma espécie de companheirismo, de uma atitude daquela que está pronta para auxiliar (lembra-se de Eva?); para que pelo seu comportamento, seus maridos sejam ganhos, sem palavra. A verdadeira e sábia mulher, que edifica sua casa, tem seu poder na perseverança em ajudar seu esposo e filhos; pois que valor há numa mãe/esposa que ora, fazendo tudo por obediência, como se ao Senhor o fizesse? (Ef 5:22, Cl 3:18, I Pe 3:1);
Aos filhos cristãos numa família não cristã: Aos jovens, há diversos exemplos na Bíblia de como ser perseverante, não apenas no meio da sua família, mas em meio a uma sociedade que está totalmente afastada dos retos conselhos do Senhor. Para os filhos que ainda são jovens, há força de Deus (I Jo 2:14) para vencer o maligno. Quando escreveu ao amado irmão Tito, Paulo deu importantes recomendações aos jovens, entre as quais podemos citar: a moderação, incorrupção, sinceridade e linguagem sã e irrepreensível, qualidades muito raras em nossos dias. Paulo escreveu para os filhos o que ele mesmo vivia no Senhor: a obediência. O filho cristão tem nessa poderosa arma uma excelente pregação, pois sua obediência brilha em meio às trevas, obedecendo aos pais assim como obedece ao Senhor, pois isso é justo. Desde o início da manifestação da vontade de Deus aos homens existe esse mandamento; por essa razão, os jovens devem honrar seus pais, pois além de agradar a Deus, é o primeiro mandamento com promessa (Ef 6:1-2, Cl 3:20, Tt 2:6-8);
Aos pais cristãos numa família não cristã: Recomenda a Palavra que não irritem os filhos, para que não se sintam desanimados. Alguns pais, por excesso de zelo e desejo de verem seus filhos na igreja, buscam artifícios vãos para que isso aconteça. Estes artifícios vão desde recompensas por não faltarem à Escola Bíblica ou até, em alguns casos mais extremos, castigos por mau comportamento, obrigando-os a ler a Bíblia exaustivamente, sem que isso gere frutos em seus corações. Aos pais vale o bom conselho das Escrituras, para que sejam pacientes em tudo, mostrando bom testemunho de fé, para que sejam espelhos aos seus filhos (Cl 3:21);
Aos idosos: Existe uma importante recomendação também aos mais velhos dentro das Escrituras. Isso porque a sabedoria adquirida ao longo da vida pode influenciar os mais novos em suas caminhadas no Evangelho. Algumas das recomendações vêm de Paulo aos idosos, entre elas: sobriedade, prudência, fé, amor, paciência, seriedade e sabedoria no fazer o bem (Tt 2:2-3). Quem não se maravilha em conhecer homens e mulheres que em seus testemunhos levam a Palavra da salvação aos mais jovens e servem de exemplo aos que estão na caminhada cristã?
Conclusão
    E para finalizar, temos o exemplo do nosso Senhor Jesus Cristo, que no auge do seu sofrimento na cruz do Calvário, ao enxergar sua mãe que sofria as dores de ver seu filho sob tamanha humilhação e dor, ao lado de seu discípulo e amigo João, disse: "Mulher, eis aí o teu filho!". E fitando os olhos em João disse: "Eis aí tua mãe!". A partir daquele momento, Jesus confiou a João o dever de cuidar de Maria, sua mãe; por motivos que a Palavra não revela, Jesus considerou ser essa a melhor opção e, a partir daquele momento, "o discípulo a recebeu em sua casa" (Jo 19: 25-27). Muitas vezes em seu ministério, Jesus colocou a adoração e o compromisso a Deus acima de todas as coisas, inclusive da família quando disse: "Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10:37); porém entendemos esta grave afirmação de Cristo por causa da árdua tarefa que Seus seguidores enfrentariam naquele tempo. Em nossos dias não é mais preciso deixar pai e mãe, porém se for necessário abandonar qualquer pessoa para que em nós cumpra a vontade de Deus, devemos então assim fazê-lo. 
    Estejamos, então atentos, sendo em tudo pacientes, respeitando as diferenças entre as crenças e costumes dentro de nossos lares; sabendo que nós temos a luz de Cristo, e esta luz deve brilhar em todo o tempo, para que em nós haja um testemunho vivo dAquele que suportou todas as coisas para salvar os que se achavam perdidos, entre os quais estávamos nós.

About Missao do Milenio

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