» » » » COMO AJUDAR UM FAMILIAR DEPRESSIVO


Simone Jorge Rocha Nunes
(Psicóloga Clínica e Social - Membro da IPDA)                         
     Existem pessoas que ao enfrentarem as dificuldades e os reveses da vida, passam a apresentar alterações no humor: choram facilmente, pensam sempre que tudo dará errado, mostram indisposição, isolam-se; a vida passa ser um martírio e veem seus dias com grande angústia e marasmo.
     Indivíduos deprimidos por experimentarem um estado de prostração e baixa autoestima, perdem a confiança de que um tratamento possa ajudar seu quadro, se recusam a ouvir uma orientação familiar ou profissional.
     E, normalmente, os sintomas depressivos, não só atingem a pessoa envolvida, como pode atingir também o seu grupo familiar, o que desencadeia uma desestruturação em seu entorno. Familiares afetados, muitas vezes, se sentem frustrados, culpados e incapazes de auxiliarem a pessoa doente gerando um ciclo vicioso da depressão.
     Por isso, é comum vermos pessoas em processo depressivo que ficam totalmente desamparadas em um momento que mais requer a atenção de figuras de apoio, como do grupo familiar.
     Muitos criam um distanciamento da pessoa depressiva na tentativa de se livrarem da apatia que as cercam, o que reforça ainda mais a sensação de angústia.
     É de grande importância o fortalecimento dos laços familiares, a fim de propiciar segurança e meios de enfrentar uma doença que atinge o ser humano em diversas esferas de sua vida, como: física, emocional, espiritual e social.
     A Bíblia Sagrada mostra que Elias se viu em uma situação que acreditava não ter saída, e tamanha angústia o levou a desejar a morte (I Reis 19:4). Ele ficou fragilizado fisicamente, abalado emocionalmente, isolado socialmente e fracassado espiritualmente.
     Entrou em uma caverna... Na caverna, não há janelas abertas para ver novos horizontes, não há luz, não há entusiasmo. Quem entra em uma caverna fica isolado, e Elias em sua angústia e sentimento de fracasso, aprisionou-se em uma caverna.
     O Senhor providenciou alimento para Elias, providenciou amparo, deu-lhe palavras de ânimo e lhe mostrou que era importante a continuidade de seu ministério porque havia pessoas que precisavam dele... Notamos que Deus não o deixou só em um momento de grande solidão.
     A princípio, Elias não correspondeu ao que lhe era oferecido: “sair daquele problema”, porém a persistência do Senhor em continuar ao seu lado e os questionamentos: “O que fazes aqui, Elias?” resultou em melhoras e graduais mudanças até a saída completa daquela dor.
     Este é o exemplo nos dado por Deus - estar juntos na dor, no fracasso – nos permitir ser instrumentos para servir... Os anjos de Deus servem, foram eles quem serviram a Elias no momento de solidão.
     Podemos oferecer nossa atenção, nossa palavra, nossa oração... Quem está em um vazio existencial precisa de recobrar a esperança: a esperança de que conseguirá sair, de que aquela situação poderá passar sem destruí-lo, a esperança de que voltará a ver a luz e ser útil a Deus e à sociedade.
     Talvez seja a dor um bom momento para percebermos nossas forças e fraquezas e buscarmos maior união entre os membros de um corpo chamado família.
     A união pode aliviar e fazer com que sejam ultrapassadas grandes dificuldades de forma menos sofrida.
     Diante de quadros depressivos, busque ajuda profissional, ore e esteja presente, pois“Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união” (Salmos 133:1).
     Vemos na Bíblia Sagrada, no Novo Testamento, as estratégias que o povo utilizava diante da dor e as formas de superação.
     Marta e Maria sofreram intensamente com a morte do irmão caçula, Lázaro, que era querido na comunidade, amigo de Jesus e amado por suas irmãs.
     Esta perda despertou grande angústia e sintomas depressivos em ambas, porém muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão (João 11:9). Eles se uniam para consolar, para chorar e enfrentar os problemas, este era o bálsamo que usavam para cicatrizar feridas.
     E quando Jesus chegou à aldeia, antes mesmo de ressuscitar Lázaro, desferiu palavras de consolo e amparo.
     Eis a grande lição bíblica: “Viver em união”. Porém, vivemos em um século que apregoa o individualismo. Diz o ditado popular: ”Cada um por si”.
     Este individualismo tem trazido sérias consequências à humanidade: não conseguimos aprender com as experiências do próximo, não se divide as dores nem mesmo entre os membros de uma mesma família e há uma constante sensação de se estar só em meio a multidão.
     As consequências deste “distanciamento social” são graves: vivemos a era dos grandes transtornos psiquiátricos e psíquicos... Multidões e multidões vivem deprimidas e isolados.
     Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” (Gênesis 2:8).
     O ser humano é um ser social, dependente de Deus e do próximo... Deus viu que Adão não tinha estrutura para estar só socialmente e formou uma mulher que pudesse ser sua companheira e ajudadora.
     Então, como ajudar um ente querido ou um amigo a superar a depressão? O primeiro passo pode consistir em estar junto.
     A modernidade trouxe consigo cada vez mais a dependência de máquinas e tecnologias: 1. Fazemos transações bancárias sem precisarmos falar uma única palavra aos funcionários do banco, basta apertar teclas; 2. Tem-se um universo de amigos virtuais sem que venhamos saber como falam, do que gostam e quais seus verdadeiros nomes 3. As flores antes depositadas nos funerais agora são entregues on-line junto com o cartão de pêsames.
     A modernidade pode ter trazido muitos avanços, mas desaprendemos a viver juntos,em união, o que desencadeou o aumento desta patologia psíquica chamada depressão.

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