» » O casamento - Celibato?


“O Cristão pode permanecer solteiro por tempo indeterminado, ou nunca se casar para realizar propósitos específicos de Deus. Todavia, isso requer não somente domínio próprio, mas um dom especial da graça divina, o qual não é concedido a todos.” (Antonio Gilberto)

“Quero que todos os homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem de Deus o seu próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro.” (1 Co 7.7)

O cristão e o celibato (lt. caelibatus), é do que trata este breve texto.

O celibato é a opção de quem escolhe não casar, ou, abster-se das relações sexuais. É preciso não confundir celibato com castidade, embora em termos bíblicos e cristãos, o celibatário é também alguém que deve se manter casto (sem atividade sexual):

“Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido.” (1 Co 7.1-2)

“E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado. ” (1 C0 7.8-9)

É preciso também ressaltar que nem toda condição celibatária é voluntária, ou possui conotações religiosas, como por exemplo:

- Celibato para dedicar-se a carreira profissional - Celibato por falta de apetite sexual ocasionado por disfunções ou problemas psicológicos - Celibato por problemas de saúde - Celibato como meio ou controle de natalidade - Celibato como meio de evitar frustrações ou decepções

Pela vivência como cristão e pastor, percebo duas posições extremas acerca do tema “celibato”. A primeira vem do catolicismo romano, que institucionalizou o celibato, tornando-o obrigatório para o exercício do sacerdócio:

“O clero da Igreja Católica mantém celibato, justificando sua atitude como um ato de fé baseado na vida de Jesus Cristo, que, de acordo com ela, teria sido solteiro. Alguns historiadores afirmam que a prática foi implementada apenas após o final do primeiro milênio ou seja, na Idade Média, para evitar que a Igreja perdesse posses em eventuais disputas de herança, no entanto esta prática se mantém até hoje, ainda que muitas ordens religiosas católicas exijam junto com o voto de castidade o voto de pobreza de seus membros, como ocorre por exemplo com os franciscanos. Além dos franciscanos (Ordem dos Frades Menores) de Francisco de Assis e dos dominicanos (Ordem dos Frades Pregadores) estes fundados por Domingos de Gusmão, ambos celibatários no século XIII, as ordens religiosas mendicantes mais famosas foram as dos Carmelitas, os eremitas Agostinianos, os Mercedários e os Servitas dentre outras ordens cujos membros, para serem nelas admitidos, têm de fazer simultaneamente os votos de castidade no celibato e pobreza, aos quais acrescentam o de obediência.

Até o Concílio de Trento, o clero regular, das ordens religiosas, conventos e mosteiros era celibatário, ao passo que o clero secular, os ditos padres diocesanos, tinham a sua família. Na medida em que os celibatários eram mais livres e disponíveis, foram-se destacando em relação ao clero secular.

Já no ano 300 d. c., quando do Concílio de Elvira, começou-se a promover na Igreja Católica, o celibato entre os padres. Neste concílio provincial (Elvira era uma cidade romana, junto a Granada) foi imposta a “continência sob pena de degradação”. Com o passar dos séculos, avanços e recuos, o celibato só seria definido como regra no concílio de Trento que se realizou entre 1545-1563.” (Fonte: Wikipédia)

A segunda posição extrema percebo no meio evangélico (pelo menos no pentecostal assembleiano), onde os celibatários são olhados com desconfiança e vítimas dos mais diversos preconceitos, e onde o casamento torna-se quase que uma obrigação para o cristão. Como exemplo de atitudes discriminatórias e preconceituosas, podemos citar:

- Pressão da família e da igreja. Por volta dos 25 anos de idades, rapazes e moças geralmente começam a ser pressionados e a ouvir certas”gracinhas” do tipo: “a benção já chegou?”, “você vai ficar para titia(o)!”, “já viu fulano(a)? Combina com você!”, “Olha o eunuco de Jesus!” etc.

- Desconfiança e preconceito. Ao atingir a maturidade sem namorar e casar, alguns jovens passam a ser objeto da desconfiança e da língua maldita de alguns cristãos preconceituosos e maldosos, que disseminam a idéia de que aquele ou aquela jovem pode ter inclinações ou ser homossexual. “Parece que ele não gosta de mulher”, afirmam alguns, “Ela não é chegada!”, declaram outros com total irresponsabilidade, falta de temor a Deus e respeito ao próximo.

- Exclusão ministerial. Muitos que optaram pelo celibato, acabam sendo excluídos de todos, ou de alguns cargos e funções ministeriais (diáconos, presbíteros, evangelistas e pastores). Tal postura contradiz todo o princípio ensinado por Paulo no capítulo 7 de sua carta ao coríntios, onde fala dos benefícios do celibato na realização da obra de Deus.

- Classes especiais na ED. Não sei até que ponto a criação de salas para “jovens (masculinos e femininos) maduros não casados” é saudável na Escola Dominical. Geralmente tais salas são rotuladas de “classes do titios ou das titias”, ou ainda, “dos moços velhos ou das moças velhas”.

Entender os benefícios do celibato em relação à vida dos celibatários e à obra de Deus, sem cair nos extemos aqui expostos, é uma demonstração de bom senso e de conhecimento bíblico livre dos extremismos, de injustiças e de preconceitos.

“O que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa, e assim está dividido. Também a mulher, tanto a viúva como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa, assim no corpo como no espírito; a que se casou, porém, se preocupa com as coisas do mundo, de como agradar ao marido.” (1 Co 7.32-34)

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