» » Lição 11 – Características de um autêntico líder


Nesta 11ª lição aprenderemos que ser um líder autêntico, apesar de não ser sinônimo de ser um “líder perfeito”, implica em possuir algumas características e qualidades específicas e notórias.

PLANO DE AULA

1. OBJETIVOS DA LIÇÃO

-Compreender que o líder cristão autêntico é aquele que não perde o senso de dependência de Deus.
-Distinguir as características de um verdadeiro líder.
-Descrever os tipos de lideranças encontradas no seio da igreja.

2. CONTEÚDO

Textos Bíblicos: 2 Co 10.12-16; 11.2, 3, 5, 6

O CONCEITO DE AUTENTICIDADE

O que significa ser autêntico? O dicionário mini Houaiss (2001, p. 45) define oferece as seguintes definições:

- Autenticar: reconhecer como autêntico ou verdadeiro;
- Autenticidade: ausência de falsidade;
- Autêntico: verdadeiro, legítimo.

Na liderança cristã atual é preciso discernir entre o autêntico e o falso.

LIÇÕES SOBRE A AUTENTICIDADE DA LIDERANÇA DO APÓSTOLO PAULO

Conforme Sanders (1999, p. 40) “A liderança de Paulo não era perfeita, mas nos proporciona um exemplo tremendamente estimulante e inspirador do que significa continuar avançando para a maturidade”.

Na lição bíblica encontramos descritas algumas características e qualidades da liderança autêntica de Paulo. São elas:

- O objetivo maior de servir ou o compromisso e interesse pelo bem-estar integral da igreja. Esta descrição encontramos na verdade prática da lição e no segundo ponto da mesma. Por várias vezes esse tema foi tratado no decorrer deste trimestre. A marca do verdadeiro desejo de servir está presente em Paulo na forma como era livre da ambição de tirar vantagens financeiras do evangelho e de sua função (11.7-10), do sofrimento a que submeteu-se (11.22-33), na disposição em se gastar em prol das vidas (12.15). Em nossos dias, alguns líderes chamariam Paulo de tolo, burro, besta, ingênuo, santarrão e coisas semelhantes a estas. A razão é que muitos que dizem estar servindo à igreja, na realidade buscam vantagens pessoais, estabilidade financeira, enriquecimento ilícito, aumento desproporcional do patrimônio e outros atos e intenções vergonhosas. É possível perceber em alguns casos o patrimônio de alguns líderes (apostolos , bispos e pastores) se multiplicar em mais de dez vezes em poucos anos em seu “viver do evangelho”. Benção de Deus ou oportunismo? Prosperidade ou imprudência? Deus haverá de julgar cada caso e retribuir de forma justa as intenções e ações equivocadas ou maldosas desses líderes. Se o apóstolo Paulo ressucitasse em nossos dias ficaria surpreso pela ideia capitalista disseminada de que um apostolado e pastorado bem sucedido é medido pelo tamanho do patrimônio acumulado e ostentado por seu possuidor.

“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam.” (1 Co 10.23)

- O exercício da autocrítica (1 Co 10.12, 13). Conhecer e reconhecer os seus limites, suas imperfeições, suas debilidades, seus erros e necessidades de aperfeiçoamento é uma necessidade na vida de um autêntico líder. A autocrítica ou autoanálise é um exercício constante e salutar. Na Bíblia sagrada encontramos o modelo de Deus para a vida do líder cristão em todo os seus aspectos.

Sanders (idem, p. 52) entende que “Paulo estava plenamente cônscio de suas próprias falhas e deficiências, visto que seu padrão era a maturidade segundo a “estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13). Ele confessou suas próprias limitações:

“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.12-14)

- A demonstração de competências para o exercício do seu ministério. Alguns conceitos modernos de competência são relacionados por Resende (2003, p. 30-31):

“Capacidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo assunto, fazer determinada coisa” (Dicionário Aurélio B. de Holanda).

“Observáveis características individuais – conhecimentos, habilidades, objetivos, valores – capazes de predizer/causar efetiva ou superior performance no trabalho ou em outra situação de vida (David C. McClelland).

“Competência no trabalho é uma destacada característica de um empregado (que pode ser motivo, habilidade, conhecimento, auto-imagem, função social) que resulta em efetivo e/ou superior performance” (Boyatzis – colega de McClelland nas pesquisas sobre identificação e avaliação de competências).

“Competência é a capacidade de transformar conhecimentos e habilidades em entrega (Joel Dutra)

Outras definições sem a indicação do autor:

“Competência são atributos pessoais que distinguem pessoas de altas performances de outras, num mesmo trabalho.”

“Pessoas competentes são aquelas que obtêm resultados no trabalho, nos empreendimentos, utilizando conhecimentos e habilidades adequados.”

Uma análise geral no exercício das atividades apostólicas de Paulo nos revela claramente a sua competência, ou seja, esse conjunto de habilidades, dons, talentos, conhecimentos e virtudes que se espera de um líder autêntico.

Além destas qualidades especificadas na lição, ao tratar sobre a liderança de Paulo, Sanders (idem, p. 42-66) nos descreve outras mais. São estas:

- Consideração. Aqui se trata da sensibilidade aos direitos alheios (2 Co 10.13-16);
- Coragem. A prova da coragem de um líder é a sua capacidade de enfrentar fatos e situações desagradáveis, ou mesmo devastadoras, sem entrar em pânico, e sua disposição de tomar medidas firmes quando necessárias, mesmo que sejam impopulares (At 19.30-31; 20.22-23;
2 Tm 1.7; Gl 2.11);
- Determinação. A prorastinação e a vacilação são fatais à liderança. Uma decisão sincera, embora errada, é melhor do que nenhuma. Paulo sempre demonstrou determinação em suas ações: “Que farei Senhor?” (At 22.8,10);
- Ânimo. Ele era forte em caráter e fé. Tal condição foi construída ao longo de sua vida e ministério (2 Co 7.6; Fp 4.11; 2 Co 4.1, 16);
- Amizade. Sobre a qualidade desta marca na liderança de Paulo Sanders (ibidem, p. 50-51) afirma: “Diferente de muitos outros grandes líderes, a grandeza de Paulo não era a “grandeza do isolamento”. Ele era essencialmente gregário, e possuía em grau único o poder de capturar e reter o intenso amor e lealdade dos amigos. Seu amor era autêntico e profundo. [...] Um dos grandes segredos da amizade de Paulo era a sua capacidade de amar de modo altruísta, mesmo que seu amor não fosse retribuído (2 Co 12.15);
- Humildade. O currículo dos cursos de liderança do mundo, nos quais se avolumam a preeminência, a publicidade e a autopromoção (marketing pessoal), não inclui a humildade (Mc 10.43; 1 Co 15.9; 2 Co 12.6; Ef 3.8; 1 Tm 1.15);
- A capacidade de ouvir. A sensibilidade às necessidades alheias e a disponibilidade de seguir conselhos se expressam melhor ouvindo do que falando. Ao ler nas entrelinhas, não era difícil perceber que Paulo era um homem que conhecia o valor de ouvir.
- Paciência. O homem que se impacienta com as fraquezas e falhas alheias terá liderança deficitária: “Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidades dos fracos (Rm 15.1). O bom líder sabe adaptar sua marcha à do irmão mais lento;
- Autodisciplina. O líder se torna capaz de conduzir outros na medida que consegue se conduzir (1 Co 9.26-27; 2 Co 10.4-5; Gl 5.23);
- Sinceridade e integridade. Transparência no viver e capacidade de se abrir são qualidades próprias na vida de um líder autêntico, sincero e íntegro (At 24.16; 1 Co 4.4; 2 Co 2.17; 2 Tm 1.3);
- Sabedoria espiritual. Eis aqui mais um elemento essencial para os que ocupam uma posição de liderança (At 6.3). Sabedoria é conhecimento em ação nas questões morais e espirituais. Sabedoria espiritual é envolve o conhecimento de Deus e das complexidades do coração do homem (1 Co 3.18-19; Cl 1.9,28, 3.16). A sabedoria vinda de Deus deve ser buscada (Tg 1.5);
- Zelo e veemência. À semelhança de seu Mestre e Senhor, Paulo era sincero e zeloso em toda a obra que realizava para Deus (At 22.3; 1 Co 14.1). É o líder zeloso, entusiasta que mais profunda e permanentemente impressiona seus seguidores.

Para concluir, cito ainda Sanders (ibidem, p. 40), que de forma muito apropriada escreve:

“O conceito que ele tinha do papel do líder na obra cristã reflete-se nas palavras que emprega nessa conexão. Ele é despenseiro (1 Co 4.2), o que significa mordomo ou gerente dos recursos da família. Ele é administrador, isto é, governante (1 Co 12.28), palavra que descreve o timoneiro do navio e, dessa maneira, aquele que dirige a tarefa. Ele é bispo, isto é, supervisor (At 20.28), palavra para guardador ou protetor. Ele é presbítero (At 20.17), o que implica maturidade da experiência cristã. Ele é presidente (Rm 12.8), palavra que significa alguém que se coloca diante das pessoas e as conduz. É claro, nem todos os líderes preenchem todos esses papéis, mas o uso que Paulo faz dessas palavras dá algum indício da complexidade da tarefa, e do quanto é preciso haver flexibilidade e adaptabilidade no exercê-la.”

Apesar de sua humanidade e imperfeições, o exemplo de Paulo como líder autêntico é digno de ser imitado.

3. MÉTODOS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO

Relacione num quadro ou em cartaz, ou ainda em alguma outra plataforma de escrita as características e qualidades que autenticavam a liderança de Paulo. Em seguida converse com os alunos sobre a presença das referidas qualidades nas lideranças atuais. Resalte o fato de que não é possível haver um líder perfeito, mas é possível ser um líder autêntico.

4. RECURSOS DIDÁTICOS

Quadro, cartolina, pincel ou giz, etc.

5. SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

- Bíblia de Estudo Almeida (ARA), SBB.

- Dicionário da Língua Portuguesa Houaiss, Objetiva.

- O livro das competências, Qualitymark.

- Paulo, o líder, Editora Vida/missao do milenio

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