UM CHAMADO À REFLEXÃO

UM CHAMADO À REFLEXÃO

Estamos vivendo um tempo complicado, um tempo em que temos visto um “crescimento” vertiginoso dos evangélicos no Brasil, mas um “crescimento” preocupante, pois não esta trazendo nenhum tipo de mudança para a nação.

- Famílias cada dia mais desestruturadas. .

- O pais cada dia mais imoral e sexualizado.

- A violência aumentando loucamente.

- A corrupção grassando os quatro cantos da nação (com envolvimento enorme dos chamados políticos evangélicos).

- A ética (o que é isso mesmo?), quase inexistente em nosso meio.

- Etc, etc, etc e tal.

Segundo reportagem da revista Época, o Brasil pode ter em 2020, 50% de evangélicos, mas, em que isto tem refletindo positivamente na sociedade brasileira?

Não temos visto reflexos positivos deste crescimento, o que temos visto sim, é um evangelicalismo sem compromisso com a palavra, com a ética, com a moral, com a transformação do individuo, valorizando mais a experiência ou experimentação emocional do que a palavra de Deus.

A chamada igreja evangélica brasileira tem atraído novos adeptos com uma mensagem que não foi a mensagem de Jesus e nem de seus discípulos, tampouco a mensagem da igreja primitiva.

Hoje não se vê pregadores convidando pecadores ao arrependimento, a crer em Jesus e ter sua vida transformada integralmente, o que vemos são os “cafetões da prosperidade” fazendo promessas de mais do que um céu aqui na terra, declarando que o individuo se entrar nesta ou naquela pseudo-Igreja de Jesus (oh quão longe Ele esta destas), ele terá todos os seus problemas resolvidos.

O que vemos hoje é a Igreja transformada em um grande “self-service” de bênçãos, onde cada pessoa que vai a um destes “cultos de poder e prosperidade” se serve daquilo que quer e precisa, passa no caixa (momento do ofertório) e paga a Deus a sua benção, como se pudessemos barganhar com o Eterno.COM DEUS NÃO SE BARGANHA, O ETERNO NÃO SE VENDE.

A chamada “teologia da prosperidade” tem destruído a Igreja de Jesus, tem afundado a muitos que após fazerem suas campanhas, darem suas gordas ofertas, num momento onde a grande maioria dos que ministram usam de técnicas de convencimento que afetam a emoção, que geram ate mesmo momentos de catarse, não alcançam seus objetivos, abandonam aquela igreja, tornam-se parte do grande contingente dos sem Igreja (este é um outro fenômeno que esta surgindo, os incrédulos que já fizeram parte de uma igreja) que frustrados em sua fé, descrêem do próprio Deus.

Onde esta o evangelho do “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me.” Mc. 08:34.

O que temos visto em nossos dias é a pregação de um evangelho sem cruz, sem dor, que rejeita o negar-se a si mesmo, negar a sua carne, suas paixões, seus direitos.

Temos sido bombardeados dia-dia com uma teologia contaminada que prega que você tem de ordenar, determinar, Deus tem que fazer porque é seu direito, e se é seu direito você pode dar ordens aos anjos e ao próprio Deus porque ele vai ter de fazer, é seu direito.

Cantamos “eu quero de volta o que é meu”, mas não lemos Jó 1,21: “Nu, saí do ventre de minha mãe e nu, voltarei para lá. O SENHOR deu, o SENHOR tirou; como foi do agrado do SENHOR, assim aconteceu. Seja bendito o nome do SENHOR!”

Onde fica o Salmo 23 verso 01 – “O Senhor é meu Pastor....”,

Ele é Senhor, Ele não é servo, só temos lido a parte final do texto numa exegese totalmente estapafúrdia, deturpada, corroída pela má fé – “...e nada me faltara.”

Nada te faltará realmente: não te faltara luta, não te faltara enfermidade, não te faltará dificuldade financeira, sim estas coisas não nos faltarão, porque o próprio Cristo nos declarou em João 16:33 : “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”

O Senhor realmente nos garante a vitória, mas não nos isenta das lutas “Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estas comigo”.

O que é que vale mais: a palavra de Jesus ou a dos “cafetões gospel”?

Queremos crescer? Sim.

Quem dera se em 2020 ao invés de 50% fossemos 100% de verdadeiros Crentes em Jesus. Crentes que andam na luz como ele na luz esta, que transtornam o mundo como aqueles de At 7.6b :“Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui”.

Ao invés de transtornarmos, confrontarmos, transformarmos o mundo, temos sido contaminados por ele.

Contextualizar sim. Mundanizar não.

Me queira bem pois este é apenas um chamado a reflexão do momento em que vivemos como Igreja evangélica brasileira.

Precisamos ser bereanos, testar o espírito daqueles que ministram sobre nós se vem da parte do Eterno ou do enganador. Precisamos rever nossos conceitos e posições.

Que o Eterno Deus abra os olhos do nosso entendimento.

No amor de Cristo Jesus, aquele que amou sua Igreja e se despojou, abriu mão de seus direitos por ela.

Pr. Abílio Rodrigues

Igreja Batista da Restauração – Vitória-ES

Na benção!!! Suelen Cristina