» » As bases de uma liderança cristã intrínseca



Isaltino Gomes Coelho Filho
A liderança cristã intrínseca se sustenta sobre um tripé: Cristo a Bíblia e a Igreja.
Primeiro o pastor precisa ser uma pessoa apaixonada por Jesus Cristo e seu evangelho. Deve ser como Stott disse de Paulo “intoxicado de Cristo”. Há pastores que mostram amor pelo prédio pelo templo pela instituição pelo seu ministério mas não por Jesus. Deve poder recitar Gálatas 2.20: “Fui crucificado com Cristo. Assim já não sou eu quem vive mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo vivo-a pela fé no filho de Deus que me amou e se entregou por mim.”. O povo de Cristo seguirá um líder apaixonado por Cristo. Esta paixão por Jesus dá ao pastor uma grande autoridade moral.
Em segundo lugar o pastor deve ser um homem apaixonado pela Bíblia. Rebanhos doentes seguem líderes doentes que têm suas revelações e esquisitices. Mas um rebanho sadio não age assim. O pastor não pode ler a Bíblia profissionalmente buscando mensagem. Deve lê-la com avidez sabê-la respeitá-la. Ao subir ao púlpito o povo deve ver seu amor e seu zelo pela Escritura. Deve saber expô-la. Deve preferir o sermão expositivo. Deve ser alguém que mostre conhecimento da Bíblia e como ela se aplica à vida do povo. Isto significa estudá-la e estudar gente também não pregamos a Bíblia no vácuo mas para pessoas.
Em terceiro lugar deve amar sua igreja. Um rebanho que é amado e sabe que é amado ama e respeita o pastor e o segue. Um dos maiores bens que um pastor pode fazer á sua igreja é amá-la e dizer-lhe que ama. A liderança amorosa de alguém interessado é sempre mais acatada que a liderança que vê a necessidade de progresso da empresa que o sustenta. Muitas vezes os crentes nos machucam irritam e fazem desejar deixar o ministério. Como se diz por aí “faz parte”. É isto que nos amadurece e que fortalece o relacionamento. Há superação das crises e se vê que é possível continuar o trabalho.
Em suma a liderança pastoral precisa ser espiritual. Precisa ser de espiritualidade segura. O povo acata a liderança que tranqüiliza. É fácil acatar que nos faz sentir seguros e confiantes nos rumos tomados. Há pastores que são meio sem rumo e isto intranqüiliza a igreja. Em alguns a espiritualidade não é observada. Quando se notam as marcas de Cristo o zelo pelas Escrituras e o amor pela igreja na vida de um pastor ele tem mais possibilidades de ser acatado.
Algumas sugestões para uma liderança intrínseca
Isto não é receita de bolo mas algumas sugestões ajudarão na conquista de uma liderança intrínseca.
(1) Procure amadurecer. Meu primeiro pastorado foi aos 23 anos. Quanta bobagem e quanta atitude imatura! Mas descobri que precisava amadurecerse quisesse alguma coisa positiva. Maturidade não vem por título ou função mas por análise dos erros vontade de superá-los polimento da pedra bruta que somos. Um líder que está crescendo e buscando ser melhor tem mais peso.
(2) Aprenda a pedir desculpas. Reconheça seus erros. Peça perdão a crentes que magoar peça perdão à igreja quando errar. A verdadeira humildade não é teatral mas relacional. É saber dizer que errou e procurar consertar. Acata-se mais uma pessoa que mostra sua face humana que uma que vive no pedestal. Assuma quando errar diga isto e mostre que quer consertar. A face humana de um líder pesa muito.
(3) Saiba trabalhar em bastidores. É diferente de manobrar cordéis em bastidores. É não desejar sempre aparecer em primeiro plano. Significa deixar os outros aparecerem e reconhecer o trabalho deles. Significa deixar que a glória e o reconhecimento sejam dos outros. Os liderados têm valor e muitos deles fazem trabalhos fantásticos cuja ausência nos prejudicaria muito. Qual pastor por exemplo que pode prescindir do trabalho de tantas senhoras muitas delas agindo em bastidores? Traga os que trabalham em bastidores para o palco e saiba sair do palco para os bastidores.
(4) Reconheça o valor dos outros. “Quem sai à guerra precisa de orientação e com muitos conselheiros se obtém a vitória” (Pv 24.6). Socializar debates socializa decisões. Quando se acerta o pastor acertou com o pessoal. Quando se erra todos erraram. Nenhum de nós é genial em tudo. Há gente muito mais gabaritada que nós em muitas áreas da vida em nossas igrejas. Melhores administradores inclusive como os há. Ouvi-los é bom. Aprenda a elogiar um bom trabalho. Deixe claro que está satisfeito e que confia nas pessoas com quem reparte liderança.
(5) Seja sensível às reações das pessoas. Podemos pensar que estamos agradando e não estarmos. Há sinais e indícios que indicam hora de avançar hora de recuar quando mudar estratégias e táticas. Volto a este ponto: saiba ler as pessoas. Em outras palavras tenha “desconfiômetro”. Nós nos movemos num território mais emocional que racional e prestar atenção à emocionalidade das pessoas nos ajudará muito. Não pense que “Ora é um só!”. Também não se deixe guiar pelas reações alheias. Tenha convicções bem definidas e sensibilidade aguçada.
(6) Continue sempre dependendo de Deus. Liderança cristã é diferente de liderança secular. Nesta valem talentos habilidades e capacidade de trabalho e decisão. Que não perdem valor na liderança cristã. Mas nesta deve sobressair a consciência de que é uma obra para Deus envolvendo o povo de Deus e que deve ser feita na dependência de Deus. Momentos de oração e exame diante de Deus valem que dúzias de livros de auto-ajuda e até mesmo que cursos de liderança.
Cultive o caráter cristão. Deixei este parágrafo por último porque queria entrar na conclusão com esta idéia em mente: o maior de todos os líderes em todos os tempos foi Jesus. Inclusive saiu há pouco um livro que analisa seu estilo de liderança. Ele escolheu doze sem brilho acadêmico para mudar a face do mundo. Seria simplesmente ridícula tal pretensão em qualquer outro! Dos doze um o traiu dez fugiram e um seguiu de longe para ver o que ia acontecer. Morreu vergonhosamente.
Pois bem seu impacto no mundo foi tão grande que ele dividiu a história em antes dele e depois dele. Evidentemente que o fato de ser ele a segunda pessoa da Trindade o Filho eterno tem grande responsabilidade nisto. Mas há um fator que não se pode ignorar: sua liderança não foi senhoril mas serviçal. Inclusive há outro livro secular sobre a liderança serviçal de Jesus. Ele se mostrou como servo.
O tema de Marcos está em 10.45: “O Filho do homem não veio para ser servido mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos”. Seus seguidores se recuperaram e se dispuseram a morrer por ele porque ele fez isto. Ele morreu por eles. Ele deu o exemplo. Conseguiu seguidores com mentalidade de servos porque era servo. O líder dá exemplo. Teremos liderança intrínseca aquela que move as pessoas quando formos exemplos para o rebanho. Esta é a grande recomendação: o verdadeiro líder move pelo exemplo. Sejamos exemplos!

Na benção!!! Suelen Cristina
Vila Velha - Espírito Santo - Brasil / Missao do Milenio

About Missao do Milenio

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